segunda-feira, dezembro 17, 2007
domingo, novembro 19, 2006
Morte e Renascimento
“… fecho as portas deste espaço… fecho o meu blogue lobices… encerro o meu covil… estagno as palavras dentro deste “templo” que aqui permanecerá no meu coração… espero que no vosso também… as janelas continuarão abertas para que o ar possa penetrar e nele se possa ainda respirar… não o quero morto nem esquecido… quero-o vivo, bem vivo dentro de mim… foram 3 anos de escritos em palavras e imagens… ficam aqui os meus momentos… fica aqui, principalmente, a minha gratidão por tudo aquilo que todos me deram, por tudo aquilo que de bom me proporcionaram… peço-vos perdão pelo tempo que vos roubei mas quero guardá-lo bem dentro do meu ser… porém, a morte provoca o renascimento porque tudo se modifica: e com a morte do blogue nasceu o livro Lobices… aqui ao lado à vossa disposição… o meu sincero obrigado e um bem-haja a todos…”
sábado, novembro 18, 2006
sexta-feira, novembro 17, 2006
finalizando
"... a viagem tem sido agradável mas já vem sendo mui longa... pelo caminho encontrei coisas boas, muitas; poucas coisas más... esta estrada é deliciosa e nela se encontram todos os sentimentos que possam existir no ser humano... nada nela me fez infeliz... tentei sorrir sempre o máximo que pude e me foi possível porque a vida me tem dado também alguns pontapés... não estou ainda cansado nem acabado mas este espaço aqui em que tenho vivido entre vós está a tornar-se apertado e preciso de respirar... este espaço precisa de arejar e deixar um outro espaço que eu possa preencher sem prescrever... só prescrevemos quando a morte nos vem buscar e eu espero bem que ela venha ainda muito longe... por isso, decidi fechar as portas desta "nossa" casa no dia em que ela faz 3 anos: no próximo dia 19... o lobices nasceu no Sapo em 19 do 11 de 2003... quero guardar tudo isto no meu coração... aos poucos me irei despedindo deste ainda enorme pedaço de mim..."
quinta-feira, novembro 16, 2006
sexta-feira, novembro 10, 2006
terça-feira, outubro 31, 2006
adormecendo
“… deixa enroscar-me nos teus braços… coloca tua mão na minha cabeça e enrola os teus dedos nos meus raros cabelos… baixa um pouco a tua fronte e beija a minha boca… deixa enroscar-me no teu colo… sentir a tua maciez e ver de baixo para cima o teu sorriso… ver-te junto a mim e saber-te ali comigo… de tal forma que quando olhas eu sou o teu olhar… de tal forma que quando sorris eu sou os teus lábios… de tal forma que quando me afagas eu sou a tua mão… de tal forma que quando me tocas eu sou o teu corpo… de tal forma que quando me olhas eu sou o teu olhar… deixa pousar o meu cansaço na tua serenidade e sentir a tua paz na minha guerra… baixar as armas e sentir a trégua na tenda que se ergue no deserto da batalha… humedecer as mãos na brisa da água que corre no ribeiro que nos circunda… lavar a cara na frescura do vento que nos embala… sentir que nem tudo é real mas que o sonho nos preenche… sentir que, por vezes, só o desejo chega, só o querer basta, só o pensar nos satisfaz… deixa-me ser não só a realidade mas também o que não somos… deixa-me olhar para dentro de ti e ver-me inteiro… deixa-me tocar-te com o sonho e saber-me parte dele como sei que ele é uma parte do meu eu verdadeiro…”
quinta-feira, outubro 26, 2006
sábado, outubro 21, 2006
cristiana
...Cristiana veio a seguir ao Nuno (meu primogénito)
...faz hoje 35 anos que me deu a alegria de ser pai mais uma vez
...longa caminhada esta que nos levou por estradas tão diversas
...sendas percorridas com risos e lágrimas
...metas que não estão escolhidas mas que serão atingidas
...com esperança no peito e um sorriso na alma
...parabéns filhota!
...um beijo muito grande
...faz hoje 35 anos que me deu a alegria de ser pai mais uma vez
...longa caminhada esta que nos levou por estradas tão diversas
...sendas percorridas com risos e lágrimas
...metas que não estão escolhidas mas que serão atingidas
...com esperança no peito e um sorriso na alma
...parabéns filhota!
...um beijo muito grande
sábado, outubro 14, 2006
guilherme
"...e porque o meu neto mais novo faz hoje 5 anitos, aqui fica um voto de muitas felicidades e um beijo grande de muito carinho deste avô (sempre) babado..."
sexta-feira, outubro 06, 2006
acordar
“… Corpo... Onde se encontra ele?... Que sabes tu de mim?... Que entendes tu da matéria que forma o meu corpo, o meu eu, o meu ser, o meu aqui? Será que não o é? Será que não há corpo? Claro que sei: a morte não tem importância porque a vida é apenas um sonho, eu sei disso; mas nem assim deixa de ser um factor inquisitivo sobre o que é o meu corpo. É por isso que te pergunto se sabes o que ele é, onde está, o que faz, para que efeito está aqui e para onde vai… é por isso que me interrogo e não encontro respostas. Dizes-me apenas que me sentes e que sou real e eu não entendo porque não me encontro; como podes tu dizer que existo se eu próprio não me conheço?... Como podes tu dizer que sou se eu próprio não estou?... Deliro dentro do meu sonho nesta vida sem encontrar o antídoto para acordar. Espero apenas que, pelo menos, tu sejas real para poderes sonhar comigo também. Espero apenas que sintas o meu toque quando me tocas. Espero apenas que saibas que estou aqui porque tu dizes que eu existo; e, se existo, existo para ti… para mim através de ti… para além do sonho de me saber aqui no colo que me dás, no abraço que me aperta, na carícia que me afaga, no beijo que me sossega, no corpo que me deseja… E, ao acordar a teu lado passo a porta do sonho para o quarto da realidade… E espelha-se em mim, por fim, a tua serenidade…”
segunda-feira, outubro 02, 2006
escrita
"... coloco aspas e reticências... um hábito já muito antigo quando quero viajar pelas palavras nem que seja para vos desejar uma boa semana de trabalho... tento, dessa forma, pairar sobre elas na procura das letras que formem palavras... pairo sobre as vogais e as consoantes e demoro-me na procura das frases, das orações, dos pronomes, dos adjectivos, dos verbos e das verbalizações... concebo ainda a existência das vírgulas, dos pontos, de exclamações e por vezes coloco também uma ou outra interrogação... passo ainda pelos advérbios, pelas conjunções, pelos acentos circunflexos, agudos e em algumas vezes os graves... utilizo ainda as palavras que contenham hífen e quase nunca as que possuem tremas... dou uma olhadela pela possível utilização dos números ou dos algarismos, mas raramente... aproximo-me ainda dos galicismos ou de outras proveniências e tento, por ventura, fazer algum sentido com toda esta amálgama de fonemas, ditongos ou quem sabe ainda se também pelas amorfas e pelas átonas... o que quer que elas sejam, elas ficam aqui impressas num exercício renovado de prazer em as escrever e depois as ler... depois desta viagem, pouso a escrita com mais umas reticências e fecho a porta com mais umas aspas..."
quinta-feira, setembro 28, 2006
existem estrelas
"... algures, num ponto inacessivel à vista humana, num lugar que não se sabe se existe ou se será como pensamos que possa ser, poderá estar o meu destino, ou a meta de qualquer um de nós... num viajar pelos domínios do sonho eu apenas quis deixar aqui expresso o meu voto de um bom fim de semana para todos vós e que, no mínimo, as estrelas vos possam guiar..."
(photo from Astronomy.com)
segunda-feira, setembro 25, 2006
outono
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"... a bolota que se guarda... a fazer lembrar as castanhas assadas... com os votos de uma boa semana para todos vós..."
(foto tirada da net)
sexta-feira, setembro 22, 2006
ida
“… Agacho-me com facilidade porque as calças de ganga assim o permitem; no entanto, os sapatos estão enterrados na areia mole da última chuva que caiu… estendo a mão e sinto-a fria mas de textura admirável… afago-a e sinto os seus minúsculos grãos passearem-se pela minha mão… é uma sensação agradável mas ao mesmo tempo faz cócegas e sinto necessidade de a retirar… mas não: enterro os dedos na areia fina e rodo-os o mais que posso para sentir já não a finíssima camada mas a dureza da mais dura que existe por debaixo… tiro os dedos e a mão traz um punhado de terra, terra granulada pertença das águas do mar… olho-a bem e permito que os dedos da minha mão se abram e os grãos deslizem… o vento sopra de norte um pouco forte e não consigo visionar a queda daqueles minúsculos pedaços do meu mundo, do mundo em que habito e que está sob os meus pés… o vento então, leva-os para bem longe de mim… mas, ao mesmo tempo que os vejo fugir sorrio porque imagino que para além dali onde estou, aqueles pedaços de nada e de tudo levam um pouco de mim para outro lugar… vagueio, pois, ao sabor do vento e sei que uma parte de mim irá viajar para bem longe; aqueles grãos levam as minhas impressões digitais, o meu cheiro, parte da minha pele, parte do meu ser, daquilo que fica aqui e agora e que, ao mesmo tempo, voa para outro lugar… o prazer de me saber, afinal de contas, presente mesmo fora de mim…”
segunda-feira, setembro 18, 2006
brincos
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"... o mundo anda conturbado em todos os sentidos... procuro palavras para explicar a mim mesmo o que vai na mente e no coração do Homem... não encontro... e a tristeza me invade... olho em frente, espraio o meu olhar e vejo as cores e o sol e os pardais e ouço os sons da vida que me rodeia e inspiro o aroma da terra... toco nas minhas flores e absorvo a sua beleza e a sua inocência... aspiro aprender o que a natureza ainda tem para nos ensinar e que nós teimamos em não aprender... então, pelo menos, tento fixar o momento, eternizar o momento para não me esquecer que a beleza está à nossa frente e que o Homem não a quer ver... uma boa e feliz semana para todos vós..."
sexta-feira, setembro 15, 2006
hoje
...e porque hoje gotas de chuva também me lavaram a alma
...e porque hoje também despi meu corpo e me olhei inteiro
...e porque hoje senti a sombra da minha ausência
...e porque hoje sorri à solidão e não fechei a janela
...e porque hoje abri a porta e entrei dentro de mim
...e porque hoje berrei o silêncio e o grito calei
...aqui vim e me quedei sorrindo do choro que ainda não chorei
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(republicação)
...e porque hoje também despi meu corpo e me olhei inteiro
...e porque hoje senti a sombra da minha ausência
...e porque hoje sorri à solidão e não fechei a janela
...e porque hoje abri a porta e entrei dentro de mim
...e porque hoje berrei o silêncio e o grito calei
...aqui vim e me quedei sorrindo do choro que ainda não chorei
.
(republicação)
terça-feira, setembro 12, 2006
setembro
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"... ontem cairam as primeiras gotas de chuva de Setembro... apenas uma espécie de orvalho mais forte... o cheiro a terra molhada entrou por este meu canto adentro... fui inspirar o ar puro desse aroma... olhei as minhas rosas... não resisti... as suas pétalas sorriam para mim e estavam húmidas de prazer... quis eternizar o momento em mais uma das minhas fotos..."
segunda-feira, setembro 11, 2006
orar
No dia em que se comemora mais um aniversário sobre os tristes eventos do ignóbil "nine/eleven", apeteceu-me postar aqui aquela que considero ser a mais bonita prece, aquela que é conhecida como a oração de S. Francisco de Assis:
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"... Senhor: Faz de mim um instrumento da Tua paz... onde haja ódio, consente que eu semeie amor... perdão onde haja injúria... fé onde haja dúvida... verdade onde haja mentira... esperança onde haja desespero... luz onde haja treva... união onde haja discórdia... alegria onde haja tristeza!... Permite que eu não procure tanto ser consolado quanto consolar... compreendido quanto compreender... amado quanto amar... porque é dando que recebemos... é perdoando que somos perdoados... e é morrendo que nascemos para a eternidade..."
sexta-feira, setembro 08, 2006
eu
“…amo desde o momento que quero amar até ao momento em que decido não amar… para amar é preciso querer amar como quem tem frio e quer calor ou como quem está cansado e quer descansar… tão simples quanto isso: é apenas um acto de exercício de um querer… não amamos por amar ou porque fomos aprender a amar como quem vai aprender uma nova disciplina; só se aprende uma nova ciência desde que se queira aprender; é preciso querer aprender; ninguém é obrigado a amar como ninguém é obrigado a não amar ou até mesmo a odiar… para amarmos é preciso que se queira amar: dizer mesmo – eu quero – e sentirmos que esse é um querer simples e sem artifícios… amar é uma entrega absoluta sem qualquer barreira, mesmo que magoe, que fira, que não seja o que pensávamos que seria… amar é uma dádiva e não um receber o que quer que seja, dando-nos para além de nós próprios mesmo que isso signifique perder alguma coisa… amar pode ser a perda de nós mesmos em prol de alguém que precise mais de mim do que eu próprio preciso e pode significar, portanto, dor, lágrima, choro, tristeza, amargura, infelicidade, desespero, quiçá até mesmo desamor… amar não é sorrir e dizer: Que bom, amo!… amar é dizer eu estou aí em ti e não em mim… amar é olhar para mim e sentir que só faço falta a ti e que me sobro a mim próprio… amar é tão simplesmente isso: querer estar naquele que precisa de mim mesmo que isso queira dizer que me perca, que deixo de ser o que sou ou o que gostaria de ser, mesmo que signifique a dor e a perda que tanto abomino e não desejo… para amar basta apenas querer amar… e a lágrima escorre pela minha face e a dor é forte mas, eu quero amar!…”
segunda-feira, setembro 04, 2006
escrito
"...Porque te sentas de pernas cruzadas sobre a nudez do teu silêncio? Para te ouvires desejando não ouvir o que não és capaz de pensar? Porque te sentas de costas voltadas à treva se da treva vem a luz que te cega? Para não olhares, para não veres o que sempre desejaste ver? Porque me dizes que sim quando do teu peito sai um gritante não? Para não teres de balbuciar um talvez? Porque pensas que pensas o que não pensas? Para pensares no que eu penso que tu pensas? Não, o melhor é mesmo não pensares. Porque sentes que a vida te foge por entre os dedos se as tuas mãos estão presas e cheias de dúvidas? Porque desejas libertação se o que intimamente queres é estar quieto na bonomia do turbilhão? Porque calas o teu grito se do fundo da tua mansarda revelas a negrura da alma que te compõe o sentir? Porque não mentes se é tão doce mentir? Porque não calcas a doçura do mel? Porque não espezinhas a palavra calada? Porque não escreves o nada que temos para dizer? Que te disse eu que tu já não soubesses? Aprendeste algo mais para além daquilo que já não sabias? Que sabes tu da ignorância que te cerca se a certeza de saber é apenas uma incógnita que nos abala a consciência de nada sabermos, ou apenas de sabermos que nada sabemos? Para que viemos aqui? Para que é que estamos aqui? Para dizermos tudo quando apenas dizemos nada?..."
(republicação)
sexta-feira, setembro 01, 2006
amanitas
"... eu sei, eu sei que são venenosos e não dão para se fazer deles uma iguaria mas nem por isso deixam de ser belos e com os quais qualquer um, uma bela pintura, por exemplo, faria... mas fica apenas a sua textura e colorido para vos desejar a todos um fim de semana bem vivido..."
segunda-feira, agosto 28, 2006
estatuto
"... havia apenas um silêncio todo ele verde formado por árvores frondosas, um cheiro a erva, a pinheiro, a eucalipto e o marulhar de um riacho com o bater compassado da água nas pedras soltas do seu leito... o silêncio também tinha asas; eram os pássaros que não distingo as espécies, um milhafre e quem sabe talvez uma águia... era um silêncio que também possuia a qualidade de ser tocado, bastava para isso, abrir os braços e inspirar fundo a plenos pulmões e sentir o seu abraço dentro do corpo beijando a alma... era um silêncio feliz porque me fazia sorrir e cerrar os olhos para o ouvir... um silêncio que também se via mesmo sem o olhar... o silêncio puro, alvo, cristalino, todo ele formado de muitas coisas que o tornavam único... tê-lo ali comigo era uma espécie de bênção e senti-lo ainda me provocava mais prazer... deixei-me ficar, ali nele deitado a usufruir a sua existência... de olhos fechados sabia-me fazer parte dele... senti-o penetrar-me devagar com suavidade e deixei-me embalar numa canção sem acordes mas que me deixavam perceber o porquê de tudo... ali, uma só molécula e eu fazia parte dela... um só mundo... um só ser... o sagrado estatuto de viver..."
sexta-feira, agosto 25, 2006
brilho
"... hoje está um dia mais fresco mas ainda cheio de sol e esta noite foi de lua nova... não tenho luas nem sóis para vos dar, nem novas nem velhas, nem cheias nem brilhantes... tenho apenas palavras a tudo isso semelhantes porque encerram o voto sincero de um bom fim de semana para todos vós..."
segunda-feira, agosto 21, 2006
primeiro
"... havia uma necessidade enorme de estar lá... não era somente desejo, era mesmo imperativo, quase mais que obrigatório... mas sentia que as pernas não se moviam e os braços estavam caídos numa postura de desalento... deixei-me ficar assim ainda mais um momento... tentei, então, mais uma vez, caminhar naquela direcção e fiz um esforço enorme para conseguir mover um pé... sabia que nem era necessário ter fé, bastava mover o pé... senti que uma fina dor me percorria a coluna mas nem por isso deixei de tentar... era preciso ir, era preciso caminhar... no fim do caminho estava apenas a meta a atingir mesmo sem saber qual ela era; no entanto, era certo saber que estava no fim da estrada, no meio do arvoredo... olhei em frente, sem frio, sem aquele frio do medo... havia apenas uns braços abertos e um sorriso na face; e uns olhos brilhando... ouvia um som repetido, uma batida ritmada... esse som chamava-me, clamava por algo que eu não sabia ser o que era... num tremendo e último esforço a minha perna avançou e senti que a coluna se fixou... houve uma espécie de tontura mas o esforço valeu a força precisa para fazer avançar o outro pé... nesse momento senti-me cair mas não cheguei a tocar o chão... uns braços fortes enlaçaram-me e elevaram-me no ar... só muitos anos mais tarde vim a saber que aquele tinha sido o meu primeiro passo..."
sexta-feira, agosto 18, 2006
sejam felizes
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apenas uma variedade que não conheço, uma das muitas que existem no meu quintal, com a finalidade de desejar um bom fim de semana a todos em geral
segunda-feira, agosto 14, 2006
busca
"... procuro em todos os poros do meu corpo a tua presença... vasculho a penugem que me cobre na busca de um traço teu, de uma marca deixada na selva do meu corpo... uso a mente na concentração do pensamento de todos os momentos vividos para os reencontrar em mim... uso a imaginação e penetro nas minhas artérias, nos meus músculos, nos meus tendões; tento ver as marcas que a tua estadia em mim deixou... minuciosamente, uso todos os meus sentidos: olho-me completo, milímetro a milímetro, cheiro-me, saboreio a minha pele e ouço o bater do meu coração, toco-me, acaricio-me... e vejo-te em mim, e sinto o teu cheiro a pétalas... o meu palato sente o sabor doce dos teus lábios, do teu beijo, do teu sal... ouço o sussuro das tuas palavras nos meus ouvidos e abandono-me aos teus devaneios... são pequenos nadas do meu dia a dia na procura de ti sempre presente em mim... são pequenos nadas da minha vivência enquanto tento olvidar os pequenos nadas da nossa ausência... olho-me sempre e vejo-te... e a tua presença é constante mesmo quando não estou a teu lado, mesmo quando não somos um só e nos fundimos de tal forma que tudo o que és fica indelevelmente gravado em mim..."
sexta-feira, agosto 11, 2006
preencher
"... há um desejo enorme de preencher este espaço que aqui se encontra à minha frente... uma vontade quase sem freio pois não encontro nada que me impeça de o fazer, de preencher este espaço... porém, é preciso encontrar as letras e com estas formar as palavras, palavras que possam dar um sentido à concretização desse mesmo desejo... não olho à minha volta pois o espaço que me rodeia é já demasiado conhecido; conheço todos os cantos como também conheço o espaço que tenho à frente dos meus olhos... baixando um pouco o olhar, vejo (engraçado) quatro dedos: o indicador da mão direita e o polegar da esquerda ao lado dos seus colegas o indicador e o médio; é este que bate nas teclas com a companhia agressiva do indicador direito; os outros encontram-se encolhidos e nada fazem para encurtar esta tarefa; nem sequer se espreguiçam nem tentam obstar as dificuldades do hábito de longos anos de "teclagem"... escrevo sempre e apenas com 2 dedos... é deles que me saem as palavras de dentro de mim... foi com eles que, mais uma vez, preenchi este terrível espaço que estava aqui à minha frente... agora tem letras que formam um pequeno texto que mais não serve do que vir aqui deixar-vos a minha amizade, a minha presença e desejar a todos vós o melhor, no que quer que seja o vosso desejo... e que a luz, a paz e a harmonia vos preencha como estas letras preencheram este espaço que estava em branco... e, um bom fim de semana..."
segunda-feira, agosto 07, 2006
tido
"... queria descrever o meu tempo... mas não posso ou não sei ou não consigo mas sei, isso não nego, que o trouxe comigo... comigo veio o sorriso e o sabor de tudo... veio o abraço, o beijo, o toque, o enlace, a fusão, o auge, a doce e terna sensação... comigo veio o tempo dividido em pequenos nadas, nas gargalhadas, nos olhares, nos ditos e nos sussurros... comigo veio o espaço preenchido dos pequenos nadas que formam o todo... comigo veio o olhar, o cheiro, o sabor, o sentir, o tocar; trouxe tudo comigo; nada lá deixei ficar... fica de reserva neste espaço de tempo que medeia entre os tempos de se estar, de se ser, de se deixar de sermos para se ser apenas o par... fica comigo, a meu lado ou ao meu redor ou dentro de mim... tanto faz... é tão leve e tão serena a suave sensação de paz..."
sexta-feira, agosto 04, 2006
rampa
"... existe uma forma natural de estar na vida: é vivê-la, vicenciar momento a momento o que nos é concedido partilhar com o Universo e este connosco... porém, nem sempre é fácil e a vida não é tanto aquilo que desejaríamos que fosse e, por vezes, desperta o desespero, a inquietação, a ambiguidade, a incerteza, a negativa forma de se viver a vida... mas talvez esta forma negativa seja o contraponto da positiva forma de se estar nela; talvez só assim se consiga viver, ou seja, num equilíbrio de formas, de estilos, de forças e de quedas, de dores, de angústias... a vida é um conjunto enorme de imensas coisas que não conseguimos ter ou sentir na sua totalidade; uns têm uma forma de vida, outros têm outra forma; somos diferentes ainda que iguais ou somos idênticos ainda que diferentes... e, às vezes, também eu próprio tenho as minhas alegrias e em termos de equilíbrio tenho, por vezes, as minhas tristezas... talvez a vida seja mesmo isso e sabermos, quando estamos alegres, que a tristeza também existe e que quando estamos tristes sabermos sorrir porque temos a consciência que a alegria também é um facto... vivemos, assim, numa balança instável de emoções, a tal forma binária dos dias "zero" e dos dias "um" fazendo de nós um pouco a forma como trabalham os computadores... talvez sejamos também um deles com algo mais cá dentro: uma Alma, um Espírito, um Coração, um Amor, um Desejo, uma Sensação de sermos o que somos e que podemos ser felizes mesmo quando estamos infelizes; que podemos sorrir mesmo quando se chora... faz bem e é preciso gritar às vezes... não pensem que tudo são rosas: elas são belas porque têm espinhos. A vida é bela porque existem gargalhadas e lágrimas, porque existe o doce e o amargo, porque existe o poder para mudarmos sempre que quisermos e fazermos de um dia "zero" a rampa de lançamento para um dia "um"... hoje, vesti o meu fato espacial e estou na rampa de lançamento... a contagem decrescente continua e a mudança está ali à minha espera, num abraço, num beijo quente, num doce sabor a tudo, no "um" completo que me faz feliz... também vos desejo a todos esse dia um..."
segunda-feira, julho 31, 2006
regresso
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"... regresso da fuga às palavras... retorno às mesmas num ramo mágico de 7 petites roses que o meu quintal me brinda neste reaparecer de imagens e de letras numa tão ansiada vinda..."
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(Curiosidade: o tamanho real de cada uma destas rosinhas é de 12 milimetros)
sexta-feira, julho 21, 2006
fuga
"... não tenho férias mas sinto necessidade delas... acho que devo também partir à procura de um descanso das palavras e ficar-me no vazio delas durante uns dias... sentir-me liberto dos laços que me prendem a elas e voar em direcção ao nada que preciso me rodeie... a floresta de que falei há dias tem ali uma clareira e vou aproveitar... vou caminhar em frente num percurso sem palavras escritas nem lidas... vou apenas descansar um pouco, fugir para dentro de mim; eu também preciso de mim, de vez em quando sinto necessidade de me encontrar dentro do que sou e deixar de ser o que não posso vivenciar... espreito para todos os lados e sinto que este é o momento certo para parar... descansar um pouco de tão cansado que ando de não ter cansaço... não ter férias cansa quando estar em férias é a nossa constante... avanço então em frente na procura de paz apesar de saber que a falta, que vou sentir das palavras, não me satisfaz..."
segunda-feira, julho 17, 2006
vivido
"... nada me consegue dizer como será o dia de amanhã... apenas posso julgar o de ontem ou, levianamente por extemporâneo, o de hoje... nada me diz se amanhã olharei da mesma forma que olhei ontem, se amanhã direi o que disse ainda há poucos minutos, se amanhã farei o que ontem foi um facto, um ser, um sentir, um estar... amanhã, será um ontem para depois de amanhã; depois desse amanhã eu saberei dizer mas agora não... agora, aqui e em mim, apenas o que vivi, o que sei que foi, o que senti, o que vivenciei num misto de temor e destemor, num misto de leveza e peso de se ser o que se é e o que se transmite ao outro... agora, aqui e em mim, apenas o fragor da essência que me transmites e que trago comigo e que guardo em mim, apenas o saber que o foi, apenas o saber que fomos, apenas saber o que se sentiu... nada me consegue dizer como será o dia de amanhã mas é tão bom saber como foi o de ontem e o quanto de bom ele foi e o que nos deu..."
sexta-feira, julho 14, 2006
seda
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"... para a minha doce rosa doce a seda pura da ternura... para todos vós, os votos sinceros e amigos de um óptimo fim de semana cheio de amor, doçura, alegria e um sorriso de paz..."
segunda-feira, julho 10, 2006
floresta
"... num determinado dia da minha vida (não o sei localizar nem no tempo nem no espaço) encontrei um mundo novo à minha frente: era o mundo das palavras!... Uma espécie de mar revolto ou melhor ainda, uma floresta densa, muito espessa, com imensas árvores e cada uma com imensos ramos que se ramificavam uns nos outros... olhei a floresta de frente mas não encontrei uma vereda para nela entrar... os caminhos, em sucalcos, eram imensos e tortuosos... aventurei-me por um deles e comecei a penetrar o mundo das palavras, o mundo daquela nova floresta ali à minha frente e que me começou a cercar por todos os lados... o caminho foi longo e muito árduo mas ao mesmo tempo, sempre que acabava de percorrer uma vereda, sentava-me a descansar e sentia-me (como ainda me sinto) feliz... feliz por ter percorrido mais uma etapa... mas a floresta não tem fim nem lhe diviso a tal luz ao fundo do túnel porque ela, esta floresta, não tem fim, não tem o descanso do guerreiro... é uma vereda imensa a percorrer todos os dias das nossas vidas e na qual adoro estar... ao longo do tempo aprendi a amar estas árvores, estes ramos e estas ramificações... acho que já faço parte do arvoredo mesmo sem tentar subir à copa das árvores... bastam-me os ramos e a sua sombra frondosa para descansar este amor imenso que sinto pela palavra, pelo verde que ela encerra, pelo odor que nos penetra e pelo toque que ela se permite a si mesma ser tocada... amo-as porque por mais ténues que elas sejam ou difusas nos raios de luz que penetram a floresta, elas nascem de mim para todos vós..."
sexta-feira, julho 07, 2006
diplomada
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"...já tenho a minha neta diplomada e de cartola!... Mesmo sendo o diploma da quarta classe, é na mesma um diploma!... Muitos beijinhos daqui do avô para ela e para todos vós os votos de um óptimo fim de semana..."
segunda-feira, julho 03, 2006
500
"... este é o post nº. 500 contado pelo Blogger ao longo destes tempos em que por aqui tenho andado... não é a totalidade da minha prestação neste belo ciberespaço a que me fui habituando ao longo destes últimos 6 anos, mas é a última parte neste local... iniciei-me no Sapo, nos famosos fóruns sapistas em Maio de 2000, e ainda não parei... ao longo deste tempo todo fui criando um novo mundo à minha volta e um novo número de Amigos... amigos com maiúscula porque se transpuseram desta virtualidade para o real... conheci-os, abracei-os como coisa física e não apenas como fruto da pressão dos meus dedos nestas teclas... toquei-os, senti-os, sorri para eles e eles para mim... sinto-me fazendo parte de um novo mundo onde não faltam os afectos... aprendi coisas novas e tenho a certeza que me instruí mais e que estou mais culto porque novos conhecimentos adquiri... resta-me dizer que este mundo me trouxe coisas boas e o amor também, como a melhor das coisas que o que quer que seja nos pode trazer... aprendi a amar ainda mais e melhor e a ter-vos a todos num cantinho do meu coração... bem hajam por estarem aí desse lado, neste lado de mim..."
domingo, julho 02, 2006
sexta-feira, junho 30, 2006
segunda-feira, junho 26, 2006
acenar
"... o tempo passa demasiadamente depressa... quando damos pelo facto, seja ele qual for, o tempo esvaiu-se e quase não o vimos passar... quando não o vemos passar porque ele foi usado em positiva vivência, é óptimo recordar esses momentos que não vimos passar porque o tempo estava a ser ganho por algo bom que recordaremos com prazer... porém o tempo voa e quando damos por ele, ele já passou e já são horas de dizer um novo adeus, um até breve, um até depois... fica o sabor de tudo o que se viveu... fica a saudade desses momentos... fica a ânsia de que eles voltem depressa mais uma vez... e quando o tempo de viver esses doces momentos acaba, fica em nós a presença do outro, o cheiro, o sabor, o tacto, o som e a imagem que fixamos com ternura para, no mínimo, a levarmos dentro de nós... até ao próximo encontro... no entretanto, fica o aceno, o olhar para trás, o dizer aquele adeus com a mão estendida e o rosto, apesar de tudo, sereno e com um sorriso nos lábios... o acenar até que a esquina surge e o passo continua calmo no percorrer daquela rua..."
sexta-feira, junho 23, 2006
cascata sanjoanina
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"... para os Tripeiros uma Noite de S. João em grande e para todos os outros que não a gozarem, um bom fim de semana com muito sol e amor..."
segunda-feira, junho 19, 2006
evoluir
“… ninguém se levanta estando em pé… só se levanta quem cai… da mesma forma é o nosso evoluir, é com constantes quedas e consequentes levantares que vamos crescendo… ninguém nasce ensinado e temos necessidade de aprender… aprendemos cometendo erros e rectificando-os ou eliminando-os… não os devemos manter cativos dentro de nós mas não os devemos desprezar… devemos olhar para eles como fazendo parte de nós mesmos, do nosso tipo de evolução… no amor, também crescemos ao cair e ao levantarmo-nos; também vamos aprendendo a amar com o desamor, com o riso e com a lágrima, com o sol e com a lua, com a chuva, com o vento e as estrelas… com a desilusão e mesmo com a ilusão… com o sorriso, o senso e o disparate… mas é dentro de cada um de nós que o amor cresce nas constantes quedas que damos… então, ele floresce por si mesmo se lhe dermos atenção e valor… aprender que amar não é somente estar bem, também é dor… ser feliz é apenas desejar sê-lo e senti-lo no mais pequeno detalhe de cada momento das nossas vidas… ser feliz é estar feliz, é querer ser feliz da mesma forma que para amar é preciso querer amar… ninguém ama se não quiser amar… é nesse querer, nesse desejo de o ser, nesse querer sentir que, passo a passo, queda a queda, vamos evoluindo… um dia chegaremos lá e esse lá é apenas o concretizar da nossa vontade e nada mais… sou feliz porque quero ser e amo porque quero amar…”
sexta-feira, junho 16, 2006
dificuldade
“… Existe uma enorme dificuldade em se pronunciar a palavra “Amo-te”… na verdade, a qualquer um de nós, dizer à pessoa de quem gostamos que a amamos é um verdadeiro desafio… e, muitas vezes, engole-se em seco e não conseguimos dizer e ficamos com uma vontade enorme de bater em nós mesmos por não sermos capazes de fazer uma coisa tão simples como dizer uma palavra tão serena… no entanto, é o nosso subconsciente que tem “medo” de a pronunciar porque ela encerra uma enorme carga de sentimentos e de responsabilidade… há, no entanto, quem a use de tal forma simples que a torna tão usual e normal pela leviandade com que a pronuncia… quando se diz a alguém: “Amo-te”, não estamos a dizer: “Gosto de ti”… existe uma enorme diferença, eu diria mesmo um abismo entre as duas formas… gostar é demasiado fácil e muito egoísta, porque quem gosta de algo é porque esse algo a satisfaz… amar não é tirar satisfação do outro, amar é entrega, é dádiva, é querer que o outro tire de nós… quando souberes que és capaz de dar a vida por alguém, por exemplo, podes dizer com propriedade que amas esse alguém por quem estás disposto a dar a vida se preciso for… quando estiveres convicto que amar é dares-te e não obteres, então podes dizer ao outro: “Amo-te”… não pronuncies nunca a palavra que te compromete, que te “obriga” a um compromisso para com o outro, mesmo que seja por pouco tempo… amar é tão-somente e apenas uma entrega absoluta e total de alguém a outro alguém… se não estiveres certo de que estás pronto para essa entrega então mais vale não dizeres que amas porque, na verdade, não amas, apenas gostas… é, portanto, preferível abafar a palavra do que a dizer levianamente… daí que, ouvir alguém dizer-nos: “Amo-te” é ficar com a certeza de que somos “donos” de quem o afirma… é ficar com a certeza de que, na verdade, podemos “tirar” tudo dessa pessoa porque ficamos a saber que ela se nos dá inteira, de corpo, alma e coração… mais vale não dizer que amas alguém se para ti essa forma de amar não for sinónimo de dádiva… e não tenhas vergonha de não seres capaz de amar porque amar é um estado de alma e não um estado físico… para amares, precisas de te amar a ti primeiro… quando conseguires amar-te a ti mesmo, então saberás que estás apto a amar o outro…”
segunda-feira, junho 12, 2006
vivo
"... localizar no tempo, no tempo passado até ao momento actual, qual foi ou qual é aquele que nos marcou ou nos marca, qual foi o melhor ou o pior momento, etc., é um exercício que nos leva a lembrar uns e a esquecer outros... por vezes, esses outros que esquecemos sejam ou tenham sido os mais importantes mas ficaram escondidos nos cantos escusos da nossa memória ou até mesmo sejam tão importantes que ficaram arquivados num ficheiro com acesso apenas com palavra chave, como que como uma password... talvez momentos bons sejam mais difíceis de lembrar e, como saudosistas e fatalistas que somos, nos lembremos apenas dos piores... sempre pensei nesse tema e há apenas uma conclusão a tirar: de nada nos serve viver do passado mesmo lembrando os bons momentos... o que interessa aqui e agora é o facto de estarmos vivos, de estarmos a viver o momento que usufruimos agora mesmo, sentir que este é que é o mais importante de todos porque é o único que nos diz concretamente que estamos vivos... sorrir à vida por esse tão simples facto: o de estar vivo!..."
sexta-feira, junho 09, 2006
hortênsias
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"... por incrível que pareça, hoje chove aqui no meu quintal; umas pingas grossas de algumas nuvens carregadas mas que chuva de gotas tão saborosas... e há aquele cheiro tão belo da terra molhada... talvez adivinhem um bom fim de semana que é o que venho desejar a todos... sejam felizes e sorriam..."
segunda-feira, junho 05, 2006
prolongar
"... e o amor não se esgota nos momentos em que os amantes se encontram... o amor perdura para além deles, dos momentos e dos próprios amantes... o amor fica em cada um como uma marca no tempo que vai para lá do tempo em que foi... o amor vai com cada um e reaje ao menor sinal de memória... reactiva-se a si próprio quando já lá não está, naquele momento em que se ama... eleva-se para além da sua meta e tenta chegar ao momento seguinte, momento esse que não se sabe se vai existir mas que se deseja e do qual se sabe apenas que será um novo momento... o amor não se esgota no momento em que os corpos se esgotam e descansam... o amor vai além desse esvair porque se não for nunca será amor... o amor não se esgota no peito de cada um porque continua na memória de ambos... o amor é isso, é saber que não foi só e apenas aquele momento... o amor prolonga-se a si próprio para além de si mesmo e daqueles que o vivem... o amor está para lá do próprio amor..."
sexta-feira, junho 02, 2006
quarta-feira, maio 31, 2006
Nuno
...Nuno, é o meu primogénito
...faz hoje 36 anos que me deu a alegria de passar a ser pai
...longa caminhada esta que nos levou por estradas tão diversas
...sendas percorridas com risos e lágrimas
...metas que não estão escolhidas mas que serão atingidas
...com esperança no peito e um sorriso na alma
...parabéns, meu filho
...um beijo grande
...faz hoje 36 anos que me deu a alegria de passar a ser pai
...longa caminhada esta que nos levou por estradas tão diversas
...sendas percorridas com risos e lágrimas
...metas que não estão escolhidas mas que serão atingidas
...com esperança no peito e um sorriso na alma
...parabéns, meu filho
...um beijo grande
segunda-feira, maio 29, 2006
par
"... Entro no espaço que ocupo dentro de mim mesmo e tento perceber o que me rodeia para além dele... mas ao entrar dentro de mim fico perdido num labirinto de quereres e de indecisões, uma espécie de querer e de não querer e sinto que esse espaço que ocupo me dilacera a alma ou o que quer que lhe chamem... assim, ao olhar para todo o restante espaço, aquele que me rodeia, eu sinto que mais não sou do que um simples elemento de um todo que somos e do qual faço parte... entendo-me, então, como um facto e não como um desejo, um acto e não um acaso, um ser e não um abstracto... e tudo à minha volta faz sentido porque todo o resto não é mais do que eu mesmo extravazado para além de mim abarcando tudo o que tu és, tudo o que sou, tudo o que somos... e sinto, dessa forma, que o amor que existe entre nós não é um factor isolado mas um acto perfeito do que somos num só ser fundidos no acto de amar... e deixo-me ficar aí; e deixo-me ficar dentro de mim sabendo-me em ti ou deixo-me ficar em ti sabendo-me em mim e nesse mistério tão simples fica o Par, finalidade última do Amor..."
sexta-feira, maio 26, 2006
loving
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"... é a primeira rosa vermelha que coloco no meu blogue... ofereço-a à minha doce rosa doce e para todos vós vai o meu voto de um bom fim de semana..."
segunda-feira, maio 22, 2006
noticiar
"... passeio pelas ruas da minha cidade... um cheiro intenso a vida, um odor repleto de vivências, aquilo a que chamo de experiências, de seres contidos em si mesmos e de seres virados para o para lá de si... pessoas que passam e pessoas que estão... vivem e não sabem que vivem porque apenas são... mas olho e vejo ao meu redor essa vida que não se vê e que não sai nos noticiários dos jornais televisivos nem nas parangonas dos tablóides... cheiro o perfume da urina nas esquinas e o sabor do odor do peixe frito nas varandas... o exalado pólen que vem das faias e das margaridas... o zunir das abelhas... vejo aquela mãe naquela varanda de peito de fora a amamentar o seu filho... vejo aquele miúdo traquina descendo a rampa no seu triciclo... os trilhos do eléctrico apanham um tacão desprevenido... e o senhor João da Camisaria Moderna, à porta, a todos que passam, dirige o seu cumprimentar sorridente... e ali vai a varina de cabaz à cabeça apregoando o carapau e a sardinha... no café do senhor José, o Soares está sentado a tomar a sua meia de leite com uma meia torrada e ao lado a senhora Miquelina assoa o nariz ao avental enquanto espera pela filha que foi ao hospital com o neto que havia rachado a cabeça a jogar a bola ali para os lados dos Guindáis... a vida percorre-me as veias como eu percorro a vida pela minha cidade... o Austin do senhor Carvalho acabou de passar e o fumo do escape aquece o chão que piso... a minha cidade tem vida e ninguém dá notícias dela... a vida não é notícia; esta apropria-se da morte que lhe dá valor e a desgraça vende; a guerra faz subir as audiências e o terror instala-se e provoca frenesim e a adrenalina sobe na pesquisa de mais um caso escabroso para contar... a minha cidade não tem notícias para dar... a minha cidade está viva e não vem nos jornais nem aparece nas televisões... e a minha cidade não tem nome nem vem no mapa dos homens; está apenas no meu coração..."
sexta-feira, maio 19, 2006
tela
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"... apenas um olhar por todo o tempo que passa, a lembrar os momentos sentidos, nos toques, nos olhares e um desejar a todos de um feliz fim de semana..."
segunda-feira, maio 15, 2006
momentos
"... esses momentos existem... mesmo que sejam mui pequenos ou até mesmo, por vezes, efémeros, eles existem... e nós passamos por eles ou, se quiserem, eles passam pelas nossas vidas... mas, prefiro pensar que somos nós que os vivemos duma forma intensa, ou não, mas somos nós que os sentimos... depois, bem, depois fica o sabor de os termos vivenciado, de os termos saboreado e sabermos que jamais sairão da nossa vida porque foram nossos... ao terem sido nossos passaram a fazer parte de nós e vamos recordar esses momentos para todo o sempre... são momentos bons os que gosto de guardar dentro de mim; tento esquecer os momentos maus e sentir que apenas os bons foram reais... felizmente, tenho imensos momentos desses, desses momentos doces que ficam na minha memória e dentro do meu coração e ainda a vibrarem no meu corpo..."
sexta-feira, maio 12, 2006
mel
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"... não resisti a postar mais uma foto de mais uma das minhas rosas... que este botão de cetim vos leve o meu desejo de um bom fim de semana..."
segunda-feira, maio 08, 2006
domingo, maio 07, 2006
materna
"... durante 3 dias o teu corpo se contraiu com as dores de parto e a criança que trazias no ventre não queria sair... durante 3 dias o teu corpo se contorceu de dores e eu, impávido e sereno, dentro da tua bolsa amniótica, alheado do mundo que te rodeava, aguardava talvez que o meu mundo não explodisse e a minha vida fosse ali, onde estava... ao terceiro dia de dor, no dia 8 de Dezembro, fui obrigado a sair de dentro de ti... tiraram-me à força e eu pude ver a luz do dia e tu pudeste descansar... nasci no dia da Imaculada Conceição, a concepção por natureza, o dia em que se celebrava o dia das mães... ainda hoje, para ti e para mim, 60 anos passados, esse é o teu dia, o dia em que, pela única vez foste mãe... o meu nascimento forçado provocou a tua impossibilidade de gerar mais filhos e jamais pude ter irmãos... trataste de mim, sempre... hoje, sou eu que trato de ti... porque mereces e porque ainda és a minha mãe..."
sexta-feira, maio 05, 2006
99 super
...Em primeiro lugar quero agradecer os amáveis comentários face à situação doentia deste meu portátil de trazer por casa...
...depois, informar que, felizmente e após aturada investigação técnica, não foi detectada qualquer anomalia grave no estado de saúde deste paciente pois o mal estava apenas num dos seus apêndices que teve de ser substituido (sem anestesia, coitado...), pelo que lhe foi conferida a respectiva alta...
...por outro lado, também me posso dar por satisfeito (e contrariando ali o presságio da amiga Pamina) já que o custo da intervenção foi muito leve... nestes termos, apraz-me sentir o prazer de estar, de novo, no meio de vós...
...e, para postar algo que fosse além da boa nova, lembrei-me da tão saudosa frase (30 anos atrás tantas vezes dita - os mais novos não sabem isso) que se dizia no posto de abastecimento de combustível:- Ponha 99 super se faz favor!... e no fim entregava-se aquela nota azulada de 100 escudos (o escudo a mais era a gorjeta) ao funcionário!... E lá se ficava mais ou menos com 14 litros de gasolina para o fim de semana, pelo preço de um café nos tempos actuais!...
...isto vem a propósito da notícia que (mais uma vez) ouvi no telejornal sobre o constante aumento do preço da gasolina... hoje, para se meterem esses mesmos 14 litros, seria necessário inventar uma nova frase:- Ponha 3.990 se faz favor!...
...e por falar em fim de semana, eis que um novo se aproxima; por isso e desde já, o meu voto de bom descanso mesmo pensando que jamais será possível pedir que me metam 5o cêntimos de gasolina no depósito!...
terça-feira, maio 02, 2006
cibernauta
"...as coisas acontecem quando menos se espera; no passado Sábado, uma brusca queda de tensão na energia deu cabo do meu portátil (deu cabo, espero bem que não pois ele ainda se encontra na unidade de cuidados intensivos de uma firma de especialistas; espero por notícias positivas quanto ao seu rápido restabelecimento)... enquanto isso, não resisti às saudades e cá vim eu a um ciber café dar às teclas para vos "ouler" e deixar-vos este recado... ainda que por razões alheias à minha vontade, peço-vos desculpa pela minha ausência forçada... espero que seja rápida a solução... até lá o meu abraço e o meu beijo a todos vós..."
sexta-feira, abril 28, 2006
terça-feira, abril 25, 2006
sexta-feira, abril 21, 2006
quinta-feira, abril 20, 2006
carta a meu pai
"...faz hoje 20 anos que partiste... Estás noutro local, um local para onde foste, um local de sossego, de paz, não é ?... Tenho saudades tuas, pai !... Lembras-te do dia em que nos disseste até breve ?... Lembras-te dos dias em que sempre estiveste a nosso lado, lembras-te de tudo de bom que se passou antes de ires, lembras-te de tudo de mau que se passou antes de ires ?... Recordas o dia em que eu nasci, recordas o dia em que passaste ao estatuto de pai ?... Sei perfeitamente que te recordas e que só por isso te valeu a pena viver; sei que viveste em função dos teus, daqueles que faziam parte da tua própria vida, daqueles que eram a razão da tua existência!... Sei muito bem o quanto sofreste por mim e por todos os teus; sei perfeitamente o quanto lutaste para que nada me faltasse, para que tudo estivesse sempre bem... Lembras-te do dia em que te faltou algo para que eu não sentisse essa falta ?... Lembras-te do dia em que não comeste para que eu tivesse comida ?... Lembras-te do dia em que poupaste nos cigarritos para que eu tivesse dinheiro para o meu tabaco ?... Lembras-te do dia em que tiveste de pedir a um amigo para teres dinheiro para mim ?... Lembras-te do dia, de todos os dias da tua vida em que passaste mal para que em todos os dias da minha vida eu passasse bem ?... Lembras-te ?... Sei que te lembras e sei que sabes que tenho saudades tuas... um beijo para ti, pai!..."
domingo, abril 16, 2006
a todo o momento
"... queria dizer-te, doce rosa doce, palavras que nunca dantes tivessem sido ditas, ou quanto mais não fosse, escritas... queria dizer-te tudo o que queria poder dizer, gritar, falar, dizer ou escrever palavras e torná-las vivas... queria poder mas, por não saber ou não conseguir, deixo-te aqui no meu sorrir, o desejo de te dar um beijo com ternura e todo o carinho... queria poder tocar em ti e deixar, no todo que tu és, este sabor a tanto amar..."
(photo from: Corbis. Inc)
quinta-feira, abril 13, 2006
vida
"... em vez do sofrimento e da morte, celebrem a alegria da vida; são estes os meus votos de uma Páscoa Feliz para todos vós..."
segunda-feira, abril 10, 2006
moldura
"... na verdade, esta moldura é a minha prisão... de tão perfeitos traços me retrataste que me sinto afogada neles como se eles fossem a minha própria alma, o cerne do amor que nos inundava enquanto a vida me era dada para viver... lembras-te, meu amor, de todas aquelas cartas que te escrevi enquanto presa dentro de outras grades, linhas estreitas que me afastavam de ti ou que te afastaram de mim... nunca soube o porquê e essa dúvida, que ainda hoje, aqui de cima mantenho, será a minha companhia na eternidade... é ela também que me concede a possibilidade de te ver aí olhando-me aqui nesta parede nua, dentro de mim mesma vazia e tão prenhe de linhas com que me vestiste naquela manhã na cozinha no banco sentada, rindo-me da tua certeza... meu amor, a paz que me preenche não retira a dor que mantive e que comigo trouxe; a paz que me preenche é uma paz por amor a ti mas a dor essa jamais sairá de mim; é um pouco como eu nestes riscos presente na tua mente quando daí em baixo me olhas... resta-me a doçura da lágrima que vejo cair da tua face nesse chão carcomido pelo tempo que não nos foi concedido... dor de mim em teu peito também ele dorido..."
sexta-feira, abril 07, 2006
colorir a vida
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"...para todos, um bom fim de semana com as cores que o meu quintal e a natureza me brindam sempre, todos os dias..."
segunda-feira, abril 03, 2006
quadro
"...olhavas-me de baixo e eu sentia-me como presa naquele quadro dependurado naquela parede nua... havias-me pintado, traço a traço, ruga a ruga com aquele lápis de cera preta com que fazias os teus gatafunhos... olhavas-me de baixo e eu sentia-me perdida no meio do teu olhar que não sabia ler, que não sabia entender... havias-me traçado a pele enrugada à volta dos olhos, nas faces, as próprias linhas do franzir habitual da minha testa... como me houveras pintado tão bem... ainda recordo aquela manhã em que sentada no banco da cozinha me havias pedido para posar para ti... ri-me como se pudesses fazer tal coisa... e, depois destes anos todos passados, em que regresso apenas em memória, olho-te de cima e vejo-te a olhar para mim daí de baixo, em pé nesse chão de tábuas rabugentas e bafiosas... olhas-me com um olhar parado, sem fulgor, apagado, mas olhas-me e recordas-me... só não consigo entender se me olhas por respeito se por amor... e a dúvida mantém-me presa dentro desta moldura..."
sexta-feira, março 31, 2006
segunda-feira, março 27, 2006
agir
"...quantas e quantas vezes, ou talvez não, pedimos um milagre... algo que nos mude a vida para melhor, algo que nos faça deixar de sofrer, algo que nos tire a lágrima que teima em correr, algo que nos permita sorrir para sempre e não mais ser dor... quantas e quantas vezes, ou talvez não, pedimos um milagre... algo que nos modifique a forma de ser, de podermos ser melhores ou até mesmo de podermos ajudar os outros... algo que tire o sofrimento no mundo, algo que permita a paz entre as pessoas... quantas e quantas vezes, ou talvez não, pedimos um milagre... um milagre para nós!... Estamos sempre a pedir um milagre na nossa vida; estamos sempre a pedir um milagre que nos tire a dúvida, a dor, a fome, o desânimo, a doença e tantas outras coisas que nos atormentam... tantas e tantas vezes e o milagre não vem e amaldiçoamos a prece por ela não ser ouvida... talvez fosse melhor não pedir um milagre... talvez fosse melhor sermos nós próprios o próprio milagre: mudarmos a nossa maneira de sentir o que somos e passar a sentirmos o que queremos ser; talvez nos baste sentir o que queremos e alegrarmo-nos com o que temos, com o que nos é dado usufruir... talvez nos baste sentir o que queremos ser e sermos o próprio milagre... quantas e quantas vezes, ou talvez não, pedimos um milagre e esquecemo-nos de o "fazer", de o "elaborar", de o "conquistar"... de sermos nós a agir..."
sexta-feira, março 24, 2006
segunda-feira, março 20, 2006
aceitar
"... um dia (não sei quando) disseram-me que entre o possível e o impossível se encontra a vontade do Homem... ao longo da vida, todos os momentos que eu vivi, foram momentos impossíveis de viver (porque a própria vida é um milagre e eu não acredito em milagres mas em causas que provocam consequências) mas como foram vividos, logo a impossibilidade tornou-se possível... ao longo da vida verifiquei que tudo o que me era dado vivenciar não havia sido "criado" por mim mas apenas estava ali e eu o vivia, eu o sentia, eu fazia parte desse momento... ao longo da vida eu fui verificando que tudo é complicado e ao fim e ao cabo tão simples pela simples razão que somente a simplicidade é autêntica, ou seja, olhar à nossa volta e sentir que tudo o que nos cerca é natural, normal, vida em si mesma, sem ornamentos nem floreados... não somos nós que estamos a enfeitar a vida porque as flores já existem... não somos nós que estamos a perfumar os ambientes porque os odores já circulam à nossa volta... não somos nós que descodificamos os códigos, os códigos já não são enigmas, os enigmas já não são complicados porque tudo é tão simples de entender, tudo é tão simples de vivenciar... nada é impossível, portanto, tudo é viável, basta aceitar..."
sexta-feira, março 17, 2006
segunda-feira, março 13, 2006
oceanário de lisboa
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"...quase 8 anos depois da sua inauguração, ontem finalmente, visionei um dos mais belos espectáculos que nos é dado ver com olhos de criança..."
sexta-feira, março 10, 2006
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