"... nada me consegue dizer como será o dia de amanhã... apenas posso julgar o de ontem ou, levianamente por extemporâneo, o de hoje... nada me diz se amanhã olharei da mesma forma que olhei ontem, se amanhã direi o que disse ainda há poucos minutos, se amanhã farei o que ontem foi um facto, um ser, um sentir, um estar... amanhã, será um ontem para depois de amanhã; depois desse amanhã eu saberei dizer mas agora não... agora, aqui e em mim, apenas o que vivi, o que sei que foi, o que senti, o que vivenciei num misto de temor e destemor, num misto de leveza e peso de se ser o que se é e o que se transmite ao outro... agora, aqui e em mim, apenas o fragor da essência que me transmites e que trago comigo e que guardo em mim, apenas o saber que o foi, apenas o saber que fomos, apenas saber o que se sentiu... nada me consegue dizer como será o dia de amanhã mas é tão bom saber como foi o de ontem e o quanto de bom ele foi e o que nos deu..."