"...desenhei meu corpo nas águas profundas do rio que em mim corre e nele me percorri em tons de azul, cor do céu que nunca morre... desenhei minha alma nas ondas do poderoso mar que fora de mim se move e nele a desenhei em tons de branco nobre, leves, mas sóbrios... desenhei meu corpo em minha alma e a mistura se fundiu em tons vermelhos de puro sangue... e minha alma, pária de si própria, desenhou no meu corpo a felicidade de se saber comigo e não mais solitária... desenhei, por fim, no mais profundo de mim, um campo de flores, de todas as cores, exalando todos os perfumes, completamente preenchidas com todas as vossas dores..."
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(escrito em 1960)