"...naquele dia tudo me parecia especial; estava tudo calmo e o sol banhava a lisura da aragem que se sentia leve na face... perguntei-me porquê?... porque razão tudo estava tão bem quando eu sabia perfeitamente que não; dentro de mim, uma luta tremenda de afirmativa força e de pesado esforço; sentia-me esmorecer e, no entanto, tudo me parecia estar bem... olhei bem à minha volta e não havia dúvida: estava um dia lindo. Porém, a noite batia no meu peito e a dor perfurava a minha alma. De que me adiantava aquela ilusória calma?... Senti as lágrimas na minha face e os lábios começaram a tremer; de repente, sem explicação, um choro convulso me fez estremecer o corpo como num delírio febril... Então, de repente, como que por encanto, um vento forte, frio e de norte, abanou o meu corpo e os olhos secaram naquela nova aragem; olhei o céu que se começou a toldar de cinzento escuro e repentinamente umas pingas grossas bateram na minha cara... o choro convulso parou... para que me entristecer se o céu começara a chorar na minha vez?... Dei por mim a correr para dentro do carro e a sair da plataforma do penhasco que estivera á minha frente... a ilusão de que ali resolveria o meu problema, desvaneceu-se... fugi dali tão somente para a vida..."
5 comentários:
Um arrepio de medo, uma lágrima de emoção...Beijo grande.
Lobices
Um texto enternecedor, de facto.
No final há sempre uma esperança...há que não desanimar nunca e dar créditos à vida.
Bom fim de semana. Tudo de bom :)
Maite
Belo texto, como sempre.
Um óptimo fim de semana. Fica bem.
Beijo grande
Olá Quim! Como estás? Tens andado desaparecido. Deixei um presentinho no meu blog para ti. Espero que gostes e que participes... Beijinho!
Nesta fase da minha vida este teu texto deixou-me com um nó na garganta. Um Bom Fim de Semana
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