sábado, novembro 27, 2004

damas

Há muito que vivo com duas Damas terriveis: a Saudade e a Solidão. São muito dificeis de aturar e de se conviver com elas. São tremendamente egoistas e não nos deixam em paz; não fogem, não se retiram. Por isso, resta-me um subterfúgio: tentar enganá-las: rio-me delas e tento fugir para dentro de mim; dentro de mim encontro um mar revolto mas tem ondas, tem cheiro a maresia, tem sol, chuva, vento, frio e calor; tem sal, tem vida, pulsa, sente e toca; e nesse mar revolto procuro uma ilha, uma ilha mesmo deserta onde me possa abandonar e nada mais sentir; olho em volta e continuo a ver esse mesmo mar mas a esperança de ver o nevoeiro dissipar, a esperança de ver que algum barco possa no meu cais aportar, a esperança de que sorrir de novo seja possível, esta, a esperança é a terceira dama com que consigo ainda viver.

10 comentários:

Luisa Paula disse...

A solidão faz parte da natureza humana.O dificil é saber viver com ela...

Um sorriso para ti :)

Beijinhos

Kundun disse...

A esperança é e será sempre o nosso guia...

Anónimo disse...

Conviver com a solidão não é facil,nem todos os dias é facil.

Anónimo disse...

annie hall é a anonymous do comentário de cima:)
Isto de ser anónimo é complicado:))))Se estiver com tempo vá ler a crónica do athilla,no out.

Anónimo disse...

Olá, Quim!
Parece-me haver, aí, uma 4ª dama que não foi nomeada. Falo da 'vontade' de resistir, que a esperança - uma das damas nomeadas -, de forma solidária, acompanha e anima. Aliás, animam-se, mutuamente.
Bom fim-de-semana.
Beijo,
DespenteadaMental

Isabel Magalhães disse...

Olá Quim!

Estamos todos sós no meio da multidão. O nosso espaço interior tem que ser cheio de dentro para fora. Não há alternativa. A solidão é um estado de espírito.

Um beijinho, meu amigo e bom fim de semana.

Unknown disse...

Meu caro novo amigo!
Muito obrigada por tuas palavras deixadas no meu espaço.
A solidao e a saudade sao dois punhais, que ferem, e como ferem... e nao nos resta outra senao aprender a conviver com elas e fazer delas nossas companheiras, talvez assim doa menos, nao cres?
Quanto a ti, tens algo mais em comum comigo, do que as tres coisas que me dissestes... o meu sobrenome, Vilanova... Na realidade nao sei qual foi o sobrenome original de minha família, mas acontece que meu triavô, quando chegou de Portugal ao Brasil, ficou conhecido como o Sr. José de Vila Nova e a partir daí o Vila Nova foi incorporado como sobrenome da família e a coincidência é que meu avô era da cidade de Vila Nova de Gaia, como tu... :o)
Obrigada por visitar minha página, seja sempre bem-vindo... Volte sempre que desejar!
Um grande abraço desta nova amiga!
Carmem Lúcia Vilanova

Anónimo disse...

betania comenta:
quim, ainda bem que guardas em ti a esperança...essa
dama...vale bem pelas outras todas.

Beijinhos

lique disse...

Ainda bem que a esperança não te abandonou, Quim. E sabes que há muitos tipos de solidão. Também se pode estar só, no meio de muita gente. Beijos

Anónimo disse...

Querido Lobo, gosto demais do que escreves, és sempre tão poético e sábio! A solidão é triste sim, mas acredito que seja um estágio passageiro da vida, nada dura eternamente, a vida está em constante mudança e sempre passamos por diversos caminhos, em cada um deles encontramos alguma coisa diferente que nos faz aprender cada vez mais.
Um beijo p/vc!
Dália
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