Hoje demente, fui com a mente cheia
Para a maternidade das palavras.
Dei entrada num quarto vazio de ideias;
Não vi parteiras nem obstetras,
Nem marquesas nem banco de letras;
Somente paredes brancas caiadas há já muito tempo
Limpas de memórias e de histórias.
Deitei-me e acomodei-me o melhor que pude
Na espera expectante do passar das horas;
Posicionei a mente cheia aguardando
O tempo necessário para dali me vir embora
Com algo que tivesse de mim nascido cá para fora.
Peguei nos fórceps e nos bisturis
E cortei a mente em pedaços;
Forcei a palavra a sair
Mas não dei por nada
Nem que de letras estava a parir;
Apenas esperei que o tempo passasse
Ora lento ora fugidio
De ideias ou demências
Parcas em odes, prosa ou poesia…
Mas apenas saiu a desgraça
Desta imensa sensaboria…
3 comentários:
sensaboria!!! só se para a gente se rir! que, Quim esta torrente de palavras é um parir bem lindo! sensaboria é o teu dizer delas/tuas palavras tal :) ** Bom dia!
E nessa maternidade onde estiveste, nasceu um belo post...cheiro de palavras lindas! Excelente!!! ADOREI!!! =) Beijinho! Catarina. http://chamaoculta.blogs.sapo.pt
Há dias em que as palavras parecem brincar connosco...
Maria (eueosoutros.blogspot.com)
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